Texto por Licurgo Pamplona
O Paciente do post é um paciente jovem com
quadro de infecções respiratórias de repetição, exames radiológicos do tórax
com lesão tipo massa no lobo inferior esquerdo e com angiotomografia da aorta
mostrando que a artéria nutridora da lesão é ramo direto da aorta,
caracterizando o sequestro pulmonar.
Antes de comentar diretamente sobre o
sequestro, quero lembrar que em pacientes com história clínica de infecções
respiratórias de repetição é preciso uma melhor caracterização do quadro: 1-
Numero de infecções que apresenta por ano, tipo de infecção é diferente se for
infecção das vias aéreas superiores ou pneumonia, se o quadro referido como
infecção realmente é, pois quadros de atopia como exacerbações de rinite
alérgica ou mesmo crises de Asma podem cursar com tosse com secreção amarelada
ou esverdeada e ser eosinofilia no escarro.
Pneumonia de repetição é importante caracterizar se os episódios
repetidos são em regiões diferentes do
pulmão, o que sugere mais um sinal de imunodeficiência do hospedeiro ou se é
sempre na mesma topografia sugerindo alteração anatômica como bronquiectasias,
TU endobrônquico, corpo estranho ou mesmo o sequestro pulmonar.
Sequestro pulmonar é uma malformação na
qual uma parte do pulmão é separada do restante do pulmão, não tendo comunicação
direta com a árvore brônquica e é suprida por uma artéria sistêmica, originada
mais frequentemente da aorta torácica ou abdominal. Classificamos em dois
tipos: 1- Lobar quando é revestido por pulmão normal ou extralobar se é
revestido por pleura própria.
Os principais achados clínicos são quadros
infecciosos, por vezes de repetição, pode também ser causa de hemoptise. Os pacientes podem ser assintomáticos, sendo
apenas achado de imagem.
Exames d e imagem: Radiografia do tórax-
opacidade homogênea, massa cística predominando no lobo inferior esquerdo em
90% dos casos. Tomografia de tórax- massa com densidade de partes moles, lesões
císticas, consolidação e presença de múltiplos vasos dilatados, e o diagnóstico
confirmado por angiotomografia demonstrando a artéria anômala, geralmente uma
ou mais ramos da aorta. Outros exames que podem ser utilizados são a
ressonância magnética e a arteriografia. O tratamento é cirúrgico.
Carlos Geraldo deve esta muito orgulhoso com este excelente BLOG. Verdadeira aula de clinica medica e raciocínio clinico. Parabéns Janine e Licurgo, com certeza dois dos seus melhores ex-residentes. Hoje excelentes MÉDICOS.
ResponderExcluirFabricio vc também faz parte deste grupo . Essa turma de ex- residentes do HSA fez história
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