Comentários de Licurgo Pamplona referente ao post passado "O QUE FAZER ", de uma paciente acompanhada pelo Serviço de Pneumologia do Hospital São Rafael.
A paciente deste caso é uma paciente com pneumonia intesticial não especifica. Na TAC de tórax mostrada no caso era para chamar atenção do pneumotórax e pneumomediastino provavelmente secundários a barotrauma por VMNI.
A paciente deste caso é uma paciente com pneumonia intesticial não especifica. Na TAC de tórax mostrada no caso era para chamar atenção do pneumotórax e pneumomediastino provavelmente secundários a barotrauma por VMNI.
Está paciente foi acompanhada com a suspeita diagnóstica de pneumonia intesticial não específica(PINE) , que faz parte do grupo da doenças intersticiais idiopáticas. A PINE pode ser o padrão histopatológico de diversas situações clínicas :
1) Infecção por HIV 2) Doenças do tecido conjuntivo (DTC). A PINE é a pneumonia intersticial mais comum nas DTC, excetuando-se talvez a artrite reumatóide. Em todo paciente com PINE, achados de DTC devem ser exaustivamente procurados. Muitos pacientes com PINE possuem títulos elevados de FAN (≥ 1:640) e outros achados de DTC sem que os critérios para uma DTC definida sejam preenchidos .
3) Pneumonia de hipersensibilidade (PH) - Um padrão histológico de PINE
isolado, celular ou fibrótico, sem granulomas, é uma expressão freqüente de PH
. Uma história ambiental detalhada deve ser obtida em todos os pacientes com PINE.
4) Drogas - Diversos fármacos podem resultar em PINE, incluindo amiodarona,
metotrexate, nitrofurantoina, quimioterápicos (BCNU, bussulfan, ciclofosfamida),
fenitoina, nilutamida e estatinas diversas.5) Tabagismo - A PINE pode fazer parte do espectro de DPI fibrosantes associadas ao tabagismo 6) Familiar - casos de PINE familiar têm sido observados em portadores de mutações das proteínas da surfactante e em familiares de portadores de fibrose pulmonar idiopática (FPI)
Foram realizados exames sorológicos e de laboratório s sem definição etiológica. Foi então indicada biopsia cirúrgica porem a paciente não aceitou, optado por tratamento com corticoide feito durante um ano sem resposta e a imunossupressor também sem boa resposta.
A PINE pode ser classificada em dois tipos em relação aos diferentes graus de inflamação e fibrose, sendo subcategorizada em PINE “celular”, onde predominam as alterações inflamatórias, ouPINE “fibrótica”, onde predominam as anormalidades fibróticas. Essas variantes histológicas da PINE parecem possuir também diferenças na sua evolução clínica. A forma celular parece apresentar melhor prognóstico quando comparada a forma fibrótica, sendo este o provável tipo desta paciente e por isto a baixa resposta.
Paciente neste internamento já em fase avançada de doença , fo internda por agudização provavelmente infecciosa e iniciado antibióticos e suporte ventilatório não invasivo , pois pela final de doença foi definido com paciente e família por não realizar suporte invasivo. O pneumotórax e pneumomediastino foram provavelmente por barotrauma da VMNI., sendo tratada com drenagem torácica fechada
Paciente permaneceu internada por aproximadamente 30 dias, porem apresentou piora clínica , e faleceu em cuidados paliativos.
A PINE parece apresentar resposta favorável ao tratamento com
corticosteróide e imunossupressores( azatioprina, ciclofosfamida, micofenolato) . Não há consenso, porém, sobre o agente a ser escolhido ou dose. A primeira etapa no tratamento da PINE é remover uma possível causa, como droga ou exposição inalatória. A resposta da PINE ao tratamento é claramente superior à observada em pacientes com Fibrose pulmonar idiopática.
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